Lavili Inglês - Módulo I - 3ª Edição

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Objetivo

O presente curso possibilita a retomada das estruturas básicas da língua inglesa, assim como a abordagem das estratégias de leitura e seus facilitadores, os quais são de fundamental importância no processo de leitura em língua estrangeira. Os aspectos culturais de língua inglesa são contemplados como temática norteadora através dos textos apresentados. Portanto, pretende-se contribuir para a formação de leitores críticos e autônomos.

Público-alvo

Acadêmicos dos cursos de graduação, pós-graduação e do Centro de Idiomas da Universidade Feevale, colaboradores da Instituição e comunidade em geral.

Pré-requisito

Ter cursado ou estar cursando as séries finais do Ensino Médio.

Identificação

  • Período: 29 de agosto a 25 de setembro de 2011
  • curso de curta duração
  • Horário: Todos
  • Carga horária: 20h
  • Inscrição: Inscrições até o dia 29/08
  • Local: Aulas virtuais, através do ambiente Virtuale.
  • Certificado: Para a certificação, o aluno deverá realizar todas as atividades.

Ministrante

Antônio José Henriques Costa
É mestre em Educação e graduado em Letras - Inglês e Literaturas de Língua Inglesa. Atua como professor de inglês no curso de Letras e coordenada o curso de Especialização em Estudos da Linguagem: línguas e literatura da Universidade Feevale.

Realização

  • Coordenação: Antônio José Henriques Costa
  • Promoção: Universidade Feevale – Instituto de Ciências Humanas Letras e Artes – Curso Letras
  • Organização: Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários - Proacom

Informações Importantes

  • - O boleto gerado no final da matrícula deve ser impresso e pago até o dia do vencimento para garantir a vaga no curso/evento.
  • - As vagas para os curso/eventos são limitadas.
  • - A emissão de uma 2ª via do boleto pode ser gerada a partir do e-mail de confirmação da matrícula, emitido pela Feevale para o endereço eletrônico informado na ficha de inscrição.
  • - Caso seja necessário cancelar o curso/evento, consulte as regras de cancelamento no contrato de matrícula disponível nas Perguntas Frequentes deste site e aceito no ato da inscrição.

Programa

Capítulo IUnidade 1 – Reading section: Tipologia textual
Unidade 2 – Grammar section: Simple Present X Present Continuous
Unidade 3 – Vocabulary corner: The differences of American and British English
Unidade 4 - Cultural spots: The History of English Language
Capítulo IIUnidade 1 – Reading section: Facilitadores: título / subtítulo / keywords / palavras repetidas
Unidade 2 – Grammar section: Pronomes ( Subject/ Object / Adjective/ Possessive)
Unidade 3 – Vocabulary corner: False friends
Unidade 4 - Cultural spots: English around the world ( curiosities)
Capítulo IIIUnidade 1 – Reading section: Predição / Skimming / Ideia principal
Unidade 2 – Grammar section: Simple Past X Past Continuous
Unidade 3 – Vocabulary corner: Phrasal verbs I
Unidade 4 - Cultural spots: Festivals ( 1st semester)
Capítulo IVUnidade 1 – Reading section: Inferência / Scanning
Unidade 2 – Grammar section: Degree of adjectives – Comparative and Superlative
Unidade 3 – Vocabulary corner: Phrasal verbs II
Unidade 4 - Cultural spots: Festivals ( 2nd semester)

O módulo está dividido em quatro capítulos que equivalem a 5 horas/aula cada, totalizando 20h/a. As atividades são publicadas no Virtuale para que os "alunos virtuais" tenham acesso. Quando as tarefas são solicitadas, os alunos têm uma semana para responder.
* Programação sujeita a alterações, sem aviso prévio.


  • Investimento 

  • Inscrição: Inscrições até o dia 22/08

  • Pagamento à vista: R$ 30,00 cada módulo

  • Desconto especial:  R$24,00 por módulo. Para acadêmicos, graduados e pós-graduados da Feevale

    Efetuar Inscrição

    Sou cadastrado na Feevale Não sou cadastrado na Feevale Ou inscreva-se presencialmente no Atendimento Feevale dos campi. A inscrição somente se confirmará após o aceite de contrato de matrícula e do pagamento da primeira parcela da taxa de inscrição, até a data indicada no boleto bancário, que será emitido ao término do preenchimento da ficha de inscrição. O valor remanecente será enviado para o endereço indicado o ato da inscrição.

    Pesquisas - COMO SER UM “ESCRITOR” PROFICIENTE?

    terça-feira, 23 de agosto de 2011


    Alex Sandro Maggioni Spindler¹
    Profª. Me. Rosemari Lorenz Martins²

    RESUMO


    Como se constrói um bom texto? Que recursos são necessários? Como utilizá-los? Essas são perguntas recorrentes desde a Educação Básica e que dificilmente são respondidas.  Isso fica evidente analisando-se produções textuais de alunos do Lavili – Laboratório Virtual de Línguas – Português, cujos textos apresentam problemas de coesão e coerência. Percebe-se também, com base na análise dos textos, que grande parte dos alunos têm apenas referências vagas sobre o assunto, o que sugere uma abordagem ineficaz nas aulas de língua portuguesa. Em função disso, esta pesquisa, que permeia investigações relativas à produção textual, resultantes da constante preocupação do Lavili quanto ao desenvolvimento textual dos seus alunos, busca encontrar diferentes formas de esclarecer dúvidas sobre esse assunto, já que os alunos não sabem que tipos de recursos faltam nem como utilizá-los para qualificar seu texto. Para tanto, o Lavili reestruturará suas atividades com intuito de suprir essas deficiências, propondo diferentes exercícios, tanto em nível frasal quanto textual. Após a realização dessas atividades, solicitar-se-ão novas produções textuais aos alunos, que serão analisadas para verificar se os problemas anteriormente verificados foram sanados. É preciso informar que este é um projeto em andamento, logo ainda não apresenta resultados. A revisão bibliográfica realizada sobre o assunto, contudo, indica que atividades de coesão e coerência direcionadas contribuem para a qualificação da produção textual. Sendo assim, acredita-se que, para se tornar um escritor proficiente, é necessário, além de ter boas ideias, conhecer mecanismos de coesão e coerência textual.


    ¹Aluno do Curso de Letras Português/Inglês, Bolsista de Extensão do Lavili-Português. alexmaggioni@feevale.br
    ²Mestre em Ciências da Comunicação, professora do Curso de Letras na Universidade Feevale e coordenadora do Lavili-Português. rosel@feevale.br



    PALAVRAS-CHAVE: Coerência. Coesão. Produção Textual.


    REFERÊNCIAS

    ANTUNES, Irandé.  Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
    Editorial, 2005.
    COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
    FAVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
    KOCH, Ingedore Grunfeld Wilaça. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contex-to, 1992.





    Pesquisas - Artigo: A IMPORTÂNCIA DO TEXTO LITERÁRIO PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL DOS ALUNOS DO LAVILI-PORTUGUÊS

    segunda-feira, 15 de agosto de 2011



    Alex Sandro Maggioni Spindler ¹
    Profª. Me. Rosemari Lorenz Martins ²
    RESUMO
    Na busca de referenciais teóricos que permeiam estudos de como melhor desenvolver a produção textual a partir de textos literários, apresenta-se esta pesquisa. Ela foi dividida em dois momentos específicos.  Primeiramente, visou a justificar a importância de estimular a leitura de textos literários, para ampliar os horizontes no que tange ter a ideias sobre o que escrever. Posteriormente, teve como objetivo verificar se a leitura de textos literários contribui também em termos de enriquecimentos linguísticos, uma vez que, na literatura, são buscados usos variados da língua. Com base nisso, foi feita uma análise de tarefas dos módulos do Lavili-Português. Para tanto, separaram-se as tarefas que tinham como texto base textos literários e textos não-literários. Depois, verificaram-se os textos produzidos pelos alunos. A partir daí, concluiu-se que, nas atividades propostas que tinham como base textos literários, os alunos participantes tiveram mais êxito, tanto no que se refere a conteúdos mais interessantes e elaborados, quanto em relação a textos mais estruturados e linguisticamente com menos erros. Esta é uma pesquisa ainda em andamento.
    PALAVRAS-CHAVE: Correção linguística. Estrutura textual. Referencial teórico.
    The importance of literary text into students’ written production of Portuguese-Lavili project
    This research presents theoretical references that permeate studies of how well develop the production of texts in a literary perspective. It was divided into two specific moments.  The first intends to justify the importance of encouraging the reading of literary texts, in order to expand students’  horizons through an alternative to express ideas taking into consideration  what to write. Second, it focuses on determining whether the reading of literary texts also helps in terms of linguistic enrichment, considering in Literature, they are sought varied uses of language. Based on that, an analysis was made concerning the tasks proposed in Portuguese-Lavili stages. On this context, the tasks were classified in literary text and non-literary texts. Then, the texts produced by students were verified. It was possible to conclude that, the proposed activities based on literary texts, the students got success. These written productions were more interesting and elaborated concerning the structure and the linguistic elements  well developed. This study is still in progress.

    KEY WORDS: language correction. Textual structure. Theoretical references.
               ______________________________________________________________________
    ¹Aluno do Curso de Letras Português/Inglês, Bolsista de Extensão do Lavili-Português. alexmaggioni@feevale.br
    ² Mestre em Ciências da Comunicação, professora do Curso de Letras na Universidade Feevale e Líder do Projeto Lavili- Laboratório de Virtual de Línguas. rosel@feevale.br

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS
               
                Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a importância do texto literário para a produção textual dos alunos do Lavili-Português. O interesse por este assunto surgiu a partir da constatação da dificuldade de muitos acadêmicos em produzir textos satisfatórios em termos práticos, isto é, textos de diferentes gêneros usados no cotidiano tanto acadêmico quanto profissional. Isso significa que, embora muitos de nossos alunos já façam parte de um programa de graduação há algum tempo, mostram pouca familiaridade com a produção textual e possuem pouca habilidade para utilizar a língua portuguesa na modalidade escrita.
    No âmbito específico dos cursos oferecidos pelo Lavili - Português, observamos que os textos dos alunos apresentam problemas tanto de organização macro e microestrutural quanto problemas relacionados a questões gramaticais e ortográficas. Além disso, verificamos também problemas relacionados ao gênero textual, o que reflete a falta de conhecimento do aluno sobre a função social dos textos. O aluno desconhece, por exemplo, que os textos possuem uma estrutura. Também não sabe qual o nível de linguagem adequado para cada gênero, especialmente no que tange à “obrigatoriedade” do uso de uma norma culta em gêneros acadêmicos. Dessa forma, muitos dos trabalhos produzidos pelos alunos do Lavili apresentam-se como uma “colcha de retalhos” composta de noções diversas e, muitas vezes, desconectadas, uma espécie de “recorte e cola”, desconsiderando que um texto possui um objetivo e que é produzido para um leitor que deverá compreendê-lo. Não obstante, quando se trata da produção de textos de gêneros literários, notamos um aumento na qualidade das produções, não só em termos linguístico, mas também em termos de estrutura e conteúdo.
    A partir dessa constatação, começamos a observar com mais cuidado as produções de nossos alunos e a refletir a sobre elas, com o intuito de verificar se a produção de textos de gêneros não-literários com base em gêneros literários produziria o mesmo efeito da escrita de histórias. Para tanto, foi realizada uma análise de textos produzidos pelos alunos, motivados por textos de gêneros literários e não-literários, para comparar seu desempenho em cada um dos tipos de produção, cujos resultados serão apresentados no desenvolvimento deste artigo, após a apresentação de uma breve revisão teórica sobre leitura e produção de texto, que embasou o estudo.

     1 LEITURA  E  PRODUÇÃO DE TEXTOS
    De acordo com o senso comum, “quem lê muito escreve bem”. Será que esta premissa é verdadeira? Se for verdadeira, quanto é necessário ler para escrever bem e o que se deve ler? Muitas pessoas devem se fazer essas perguntas, cujas respostas certamente interessariam a todos os professores de língua portuguesa que têm a missão de auxiliar seus alunos a qualificarem sua competência discursiva na modalidade escrita. Essas respostas também interessam ao projeto Lavili, que tem o desenvolvimento da competência da escrita de seus alunos como objetivo principal.
    Essas perguntas, entre tantas outras, surgem frequentemente quando avaliamos as produções de nossos alunos e também quando revisamos as propostas de produção de texto oferecidas pelos nossos cursos. E, para tentar respondê-las, realizamos esta pesquisa, cujo enfoque foi diferente de outras que já realizamos, pois partimos da leitura para chegar à produção de textos, já que acreditamos que a concepção do senso comum tenha um fundo de verdade.
    Nesse sentido, entendemos a leitura como um processo de construção de sentidos por um sujeito determinado e limitado a determinadas condições sócio-históricas. Além disso, não vemos a leitura como um mero decifrar ou decodificar de um somatório de parágrafos, frases e palavras, mas também como a leitura de modo de estruturação de um texto ou de um livro (COSSON, 2006).
    Durante muitos anos, acreditou-se que a leitura se baseava apenas na decodificação de códigos. Hoje, no entanto, reconhece-se a existência de diversos parâmetros para a leitura. Em função disso, inclusive, os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam como prática de leitura uma junção de todos os elementos necessários para a leitura e interpretação de um texto em si. Assim chegamos a uma outra leitura, diferente da que usualmente é feita pelos leitores. Chegamos a uma leitura observadora dos detalhes do texto, além da simples codificação, a partir da qual, além de compreender o texto o leitor terá que encontrar detalhes do texto que ajudem a compreender como foi organizado, a fim de contribuir com a qualificação de sua escrita.
    Assim, em um sentido mais restrito, mais acadêmico, leitura pode significar a construção de um aparato teórico e metodológico de aproximação de um texto: são as várias leituras de Saussure, as possíveis leituras de um texto de Platão, etc. Em um sentido ainda mais restritivo, em termos de escolaridade, pode-se vincular leitura à alfabetização (aprender a ler e a escrever), adquirindo, então, o caráter de estrita aprendizagem formal. Embora seja possível enumerar outros sentidos que se podem atribuir à própria noção de leitura, acreditamos que não seja necessário, pois já está bastante claro o vínculo entre a leitura e a escrita. Mas por que o texto literário? Qual a sua função?
    Ouvir e contar histórias faz parte da nossa vida. Todos gostamos de histórias e nos interessamos por elas. Além disso, todos sabemos, desde a mais tenra idade, contar histórias. Também reconhecemos facilmente se a estrutura do texto está adequada, pois dela, decorre, em parte a coerência da história. Talvez por isso os alunos do Lavili-Português tenham mais facilidade para redigir gêneros com predominância narrativa.
    Por outro lado, segundo os PCNs de Literatura (2006, p.67),

    a leitura do texto literário é, pois, um acontecimento que provoca reações, estímulos, experiências múltiplas e variadas, dependendo da história de cada indivíduo. Não só a leitura resulta em interações diferentes para cada um, como cada um poderá interagir de modo diferente com a obra em outro momento de leitura do mesmo texto. E é dessa troca de impressões, de comentários partilhados, que vamos descobrindo muitos outros elementos da obra.
     De acordo com os PCNs, a troca de impressões e a “descoberta de muitos outros elementos da obra”, promove a leitura idiossincrática de quem escreve ou quer escrever. Por isso, o texto literário é de suma importância para o leitor/escritor, que vê no texto um exemplo a ser seguido e, assim, muitas vezes, indiretamente e consequentemente o faz. 
    Dessa forma, podemos considerar que a leitura de obras literárias é uma prática essencial para a formação de leitores e escritores, que, a partir dessa prática, atingem um nível maior de conhecimento crítico do mundo, além de tornarem-se leitores intelectualmente autônomos e humanizados. Conforme Lajolo (1997, p.45), é à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias”.

    No que diz respeito à relação escola e sociedade, Zilberman (1991) afirma que a escola atua, desde o século XVIII, como mediadora entre a criança e a cultura, dessa forma, a leitura é a ponte entre ambas, funcionando como porta de entrada do jovem no universo do conhecimento. Por isso, o professor deveria explorar com os alunos ao máximo as potencialidades do texto literário, a fim de que o contato entre aluno e literatura seja uma busca plena de sentidos e, consequentemente, de escrita. Consoante Cosson (2006, p.30),

    é justamente para ir além da leitura que o letramento literário é fundamental no processo educativo. Na escola, a leitura literária tem a função de nos ajudar a ler melhor, não apenas porque possibilita a criação do hábito de leitura ou porque seja prazerosa, mas sim, e sobretudo, porque nos fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz, os instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo feito linguagem.

                Para que os alunos se tornem escritores, segundo Jolibert (1994), é essencial que passem por experiências como:
    ·         saber que a escrita serve para qualquer coisa, se comunicar, contar e conservar histórias, criar histórias;
    ·         perceber que a escrita lhe dá poder para se comunicar com o restante do mundo;
    ·         perceber o prazer que a produção de um texto escrito pode lhe proporcionar;
    ·         entender a produção de texto não como um trabalho enfadonho, mas como uma forma de buscar sua autonomia enquanto indivíduo.

    Segundo a autora, existe uma grande interação entre leitura e escrita, pois é necessário dominar a leitura para escrever e dominar a escrita para ler. Ela afirma, ainda, que o interesse pela escrita e a leitura começam antes da escola, pois a criança constantemente se interessa em saber o que está escrito em cartazes, quer saber escrever seu nome ou de seus pais, por exemplo. Dessa forma, acreditamos que, se reestimularmos o interesse pela palavra, talvez assim os alunos percebam a importância e utilidade do ler e escrever. É isso que tentamos fazer no Lavili-Português.
    De posse dessas ideias, passaremos à análise dos textos, conforme será descrito na sequência.





    2 DA LITERATURA À PRODUÇÃO DE TEXTOS


    Para a realização desta pesquisa, foram analisados 10 textos produzidos por alunos do Lavili-Português para os módulos “Como pontuar um texto?” e “Como Redigir um Comentário?”, em diferentes edições e anos. A seleção dos textos foi feita de forma aleatória no que tange aos autores dos textos, cuja identidade será resguardada. O único critério usado para a seleção foi o tipo de proposta de produção textual apresentada nas atividades do Lavili-Português, isto é, foram selecionados 5 textos que tinham como motivação textos literários e 5 produzidos com base em textos de gêneros não-literários.
    Uma vez definidos os textos, foram utilizados os seguintes critérios para a análise dos textos:
    ·         conteúdo;
    ·         estrutura;
    ·         aspectos linguísticos.
    No critério conteúdo, analisamos a originalidade do conteúdo, a autonomia de escrita do aluno e as marcas de identidade. Com relação à estrutura, verificamos se os textos respeitavam a estrutura básica dos gêneros que o aluno deveria produzir. E, no aspecto linguístico, fizemos um levantamento dos problemas de coesão, de pontuação e de ortografia presentes no texto.
    A análise levou-nos aos seguintes resultados:
    ·         as produções com base em textos literários apresentaram conteúdo mais original do que motivadas por textos não-literários;
    ·         a autonomia no uso da escrita também ficou mais evidenciada nas produções motivadas por textos literários;
    ·         os textos produzidos em gêneros não-literários não apresentaram marcas de identidade, diferentemente dos produzidos com base em gêneros literários, em que 3 dos 5 textos analisados apresentaram esse tipo de marca;
    ·         quanto à estrutura, as produções baseadas em textos literários respeitaram mais a proposta apresentada do que as produções baseadas em textos não-literários;
    ·         no que tange aos aspectos linguísticos, as produções baseadas em textos literários apresentaram apenas erros de pontuação e ortografia, enquanto os textos motivados por gêneros não-literários apresentaram, além de erros de pontuação e ortografia, erros de coesão, como de regência, concordância e, principalmente de articulação.

    A partir daí, concluímos que, nas atividades propostas que tinham como base textos literários, os alunos participantes tiveram mais êxito, tanto no que se refere a conteúdos mais interessantes e elaborados, quanto em relação a textos mais estruturados e linguisticamente com menos erros.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Embora esta pesquisa ainda esteja em andamento e, apesar de terem sido analisados somente 10 textos, já é possível perceber que os alunos obtêm mais êxito em produções textuais motivadas por textos literários. Essa constatação corrobora, de certa forma, a pesquisa realizada por Martins e Schneider (2007), que mostra que os alunos de Ensino Médio possuem mais facilidade de ler e compreender textos literários e têm dificuldades em compreender outros gêneros, principalmente os que não usam no cotidiano.
    Contudo, é necessário que se analisem mais textos produzidos por alunos com base em outras propostas para verificar se essa constatação inicial realmente se confirma. E, caso se confirme, é preciso explorar esse aspecto para qualificar todas as produções textuais. Assim, seria interessante que se iniciasse um trabalho com base em gêneros literários, mas sem se deter neles, já que os alunos precisam desenvolver a habilidade de redigir qualquer gênero textual a partir de qualquer motivação.  
    É nesse sentido que esta pesquisa inicial está sendo extremamente importante para o Lavili-Português, já que, com base nela, é possível buscarmos novas propostas para estimular e propiciar a leitura tanto de textos literários quanto de textos de outros gêneros, fazendo uma transição entre os gêneros de forma que nosso aluno se torne um ótimo leitor de qualquer gênero textual e também um exímio produtor de textos.
    REFERÊNCIAS
    BRASIL. SAEB 2001: novas perspectivas. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2001.
    ________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
    ________. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC. São Paulo, 1997.
    CHARTIER, R. Crítica textual e história cultural: o texto e a voz, séculos. Roger Chartier - Paris: Seden, 1976.
    COSSON, R. Letramento Literário: teoria e prática. Rildo Cosson. – São Paulo: Contexto, 2006.
    EAGLETON, T. Teoria da Literatura: uma introdução. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
    LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª edição, SP: Ática, 2004.
    LAJOLO, M. O que é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1997
    LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. A leitura rarefeita: livro e literatura no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1991a.
    ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo: Unicamp, 1996.
    PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Feevale: Novo Hamburgo, 2009.
    REZENDE, N. et al. Linguagens, códigos e suas tecnologias: Conhecimentos de Literatura. – Brasília: Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica, 2006.
    SAMUEL, R. Novo Manual de Teoria Literária / Rogel Samuel. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2002.

    Curiosidades Linguísticas - 100 OBSERVAÇÕES A RESPEITO DA NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA


    1 – Custas só se usa na linguagem jurídica para designar ‘despesas feitas no processo’. Portanto, devemos dizer: ” O filho vive à custa do pai“. No singular.
    2 – Não existe a expressão à medida em que . Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.
    3 – O certo é a meu ver e não ao meu ver.
    4 – A princípio significa inicialmente , antes de mais nada. Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. Em princípio quer dizer em tese. Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.

    5 – À-toa, com hífen, é um adjetivo e significa “inútil”, “desprezível”. Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa . À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer “a esmo”, “inutilmente”. Ex: Andava à toa na vida.
    6 – Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: “Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe…“. Mas podemos dizer: “Caso o veja por aí… “.
    7 – Acerca de quer dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.
    8 – Não esqueça: alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.
    9 – Além pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc .
    10 – Algures é um advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”. Já alhures significa “em outro lugar”.
    11 – Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc .
    12 – O certo é alto-falante, e não auto-falante.
    13 – O certo é alugam-se casas, e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica pra não errar. Nota: esta dica precisa ser confirmada.
    14 – Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc .
    15 – Ancião tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.
    16 – Só use ao invés de para significar ao contrário de, ou seja, com idéia de oposição. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de . Não tem necessariamente a idéia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).
    17 – Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. Escreva sempre com o s dobrado.
    18 – Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.
    19 – Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.
    20 – Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.
    21 – Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?
    22 – Hoje, tanto se diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade no ‘mia’.
    23 – Cuidado: Eu caibo dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.
    24 – Preste atenção: o senador Luiz Estevão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.
    25 – Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc .
    26 – Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.
    27 – Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen. Já cartão-postal exige o tracinho.
    28 – Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português…
    29 – O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc .
    30 – Censo é de recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.
    31 – Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.
    32 – Cidadão só tem um plural: cidadãos.
    33 – Cincoenta não existe. Escreva sempre cinqüenta.
    34 – Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. O certo é gratuito, da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito, etc.
    35 – E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. Escreva e diga sempre rubrica.
    36 – Ninguém diz eu coloro esse desenho. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.
    37 – Outro verbo danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.
    38 – Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava .
    39 – A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não com -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso .
    40 – Coser significa costurar. Cozer é que significa cozinhar.
    41 – O correto é dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de SãoPaulo e senador de Pernambuco.
    42 – Descriminar é absolver de crime, inocentar. Discriminar é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres .
    43 – Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias , dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia é um substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio .
    44 – A pronúncia certa é disenteria, e não desinteria.
    45 – A palavra dó (pena) é masculina. Portanto, sentimos muito dó daquela moça.
    46 – Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente .
    47 – Há duas formas de dizer: é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução.
    48 – Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: televisão em cores, e não a cores.
    49 – Cuidado: emergir é vir à tona , vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas imergir é o contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.
    50 – A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: enfarte, enfarto e infarto.
    51 – Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia . Portanto, estadapara permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.
    52 – E não esqueça: exceção é com ç, mas excesso é com dois s.
    53 – Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: falir. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis . Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales… Horrível, né?
    54 – Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente a frente , cara a cara, gota a gota, face a face, etc.
    55 – Outra vez, tome cuidado. Quando for ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto, e não duzentas ou trezentas .. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise a grama; a grama está bem crescida.
    56 – É freqüente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás… Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente Há muito anos. ou Muitos anos atrás. Escolha. Mas não junte o há com atrás.
    57 – Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.
    58 – Atenção: Ele interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vir.
    59 – Item não leva acento. Nem seu plural itens.
    60 – O certo é a libido, feminino. Devo dizer: Minha libido hoje não tá legal .
    61 – Todo mundo gosta de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo.
    62 – Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior . Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2º grau. E nunca: os alunos melhor preparados ….
    63 – Essa história de mal com l, e mau com u, até já cansou. É só decorar: Mal é antônimo de bem, e mau é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.
    64 – Pronuncie máximo, como se houvesse dois s no lugar do x (mássimo).
    65 – Toda vez que disser “ É meio-dia e meio” você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou seja, meio dia e meia hora .
    66 – Não tenho nada a ver com isso, e não haver com isso .
    67 – Nem um nem outro leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu .
    68 – Toda vez que usar o verbo gostar tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.
    69 – Lembre-se: pára, com acento, é do verbo parar, e para , sem acento, é a preposição. Portanto:Ele não pára de repetir para o amigo que tem um carro novo.
    70 – E tem mais: pelo , sem acento, é preposição (contração da preposição por com o artigo o) epêlo, com acento, é o cabelo.
    71 – E quer mais? Pêra, a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma antiga preposição também chamada pera. Já o plural dispensa o acento: peras. Dá pra entender? O jeito é decorar.
    72 – Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: pôde, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de pode, a forma do presente. Então dizemos:Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença?
    73 – Pôr só leva acento quando é verbo: Quero pôr tudo no seu devido lugar. Mas se for preposição, não leva acento: Por qualquer coisa, ele se contenta.
    74 – Fique atento: nunca diga nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril, primeiro de maio. Prevalece o ordinal.
    75 – É chato, pedante ou parece ser errado dizer ‘quando eu vir Maria, darei o recado a ela’ . Mas esse é o emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo. Se eu vir, quando eu vir . Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu vier, se eu vier.
    76 – Só use quantia para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.
    77 – O prefixo recém sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres.
    78 – Não esqueça: retificar é corrigir , e ratificar é comprovar, reafirmar : ‘Ratifico o que disse e retifico meus erros‘.
    79 – Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse -im. Não tem cabimento outra pronúncia.
    80 – Fique atento: só empregamos São antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo Antonio, Santo Henrique, etc.
    81 – E lembre-se: Seção, com ç, quer dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a seção de esportes . Já sessão, com dois s, significa intervalo de tempo que dura uma reunião ,uma assembléia, um acontecimento qualquer: A sessão do cinema demorou muito tempo. A sessão espírita terminou.
    82 – Não confunda: senão, juntinho, quer dizer caso contrário. E se não, separado, equivale a se por acaso não. Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?
    83 – Tire esta dúvida: quando só é adjetivo equivale a sozinho e varia em número,ou seja, pode ir para o plural. Mas só como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.
    84 – É comum vermos no rádio e na TV o entrevistado dizer: “O que nos falta são subzídios “. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva subsídio e pronunciesubssídio.
    85 – Taxar quer dizer tributar, fixar preço. Tachar é atribuir defeito, acusar.
    86 – E nunca diga: Eu torço para o Flamengo . Quem torce de verdade, torce pelo Flamengo.
    87 – Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições . Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.
    88 – Um dos que deixa dúvidas. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio .
    89 – Veado se escreve com e, e não com i.
    90 – Esse português da gente tem cada uma: tem viagem com g e viajem com j. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.
    91 – O prefixo vice sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.
    92 – Geralmente, se usa o x depois da sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc . Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc ) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch:encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.
    93 – Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.
    94 – Ciclo vicioso não existe. O correto é círculo vicioso.
    95 – E qual a diferença entre achar e encontrar? Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada.
    96 – Adentro é uma palavra só: Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.
    97 – Não existe adiar para depois . Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.
    98 – Afim (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado) equivale a para: Veio logo a fim de me ver bem vestido.
    99 – Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.
    100 – (Finalmente, chegamos ao centésimo item). E, por falar nisso, centigrama é palavra masculina:dois centigramas.

    Pesquisas - A importância do texto literário para a produção textual dos alunos do Lavili-Português

    quinta-feira, 11 de agosto de 2011

       Alex Sandro Maggioni Spindler ¹



        Na busca de referenciais teóricos que permeiam estudos de como melhor desenvolver a produção textual a partir de textos literários, apresenta-se esta pesquisa. Ela foi dividida em dois momentos específicos.  Primeiramente, visou a justificar a importância de estimular a leitura de textos literários, para ampliar os horizontes no que tange a ideias sobre o que escrever. Posteriormente, teve como objetivo verificar se a leitura de textos literários contribui também em termos de enriquecimentos linguísticos, uma vez que, na literatura, são buscados usos variados da língua. Com base nisso, foi feita uma análise de tarefas dos módulos do Lavili-Português. Para tanto, separaram-se as tarefas que tinham como texto base textos literários e textos não literários. Depois, verificaram-se os textos produzidos pelos alunos. A partir daí, concluiu-se que, nas atividades propostas que tinham como base textos literários, os alunos participantes tiveram mais êxito, tanto no que se refere a conteúdos mais interessantes e elaborados, quanto em relação a textos mais estruturados e linguisticamente com menos erros. Esta é uma pesquisa ainda em andamento.



    ¹ Aluno do Curso de Letras Português/Inglês, Bolsista de Extensão do Lavili-Português, Bolsista do PIBID, Escritor e Professor de Língua Inglesa alexmaggioni@feevale.br